As dores crônicas já fazem parte da rotina de milhões de brasileiros e transformam completamente a maneira como essas pessoas vivem, trabalham e até realizam as tarefas mais simples do dia a dia. O problema atinge cerca de 40% da população e já é considerado a principal causa de afastamentos e aposentadorias precoces no país, impactando não apenas a saúde, mas também a economia e a vida familiar. Para mostrar de perto esse desafio que cresce a cada ano, as equipes de reportagem do ‘Profissão Repórter’, que vai ao ar nesta terça-feira, dia 2, contam as histórias de brasileiros que convivem com a dor constante e buscam tratamento e qualidade de vida.

 

Conhecida popularmente como “dor nas costas”, a lombalgia atinge mais de um terço da população do país e tende a crescer em todo o mundo, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde. O repórter André Neves Sampaio e o repórter cinematográfico João Lucas Martins foram às ruas de São Paulo ouvir histórias de trabalhadores que convivem diariamente com a dor, como Rosana, auxiliar de limpeza que só consegue deitar para dormir, e seu marido Gildácio, motorista que depende de analgésicos para seguir na ativa.

 

O uso indiscriminado de analgésicos pode trazer sérios riscos à saúde, alerta o hepatologista Luiz Carneiro, da USP, que ressalta que esses medicamentos devem ser apenas soluções pontuais e não tratamento definitivo, já que podem comprometer fígado e rins e até levar à cirrose. O exemplo de Emerson Bispo, de 53 anos, ilustra bem esse cenário: após anos tentando controlar a dor nas costas apenas com remédios, ele encontrou na musculação a solução para fortalecer a lombar e recuperar a qualidade de vida. Hoje, além de trabalhar com carretos de mudança, ainda pratica fit dance três vezes por semana.

 

A fibromialgia, doença crônica que provoca dores por todo o corpo e afeta cerca de 3% da população brasileira, ainda é pouco compreendida, já que não aparece em exames convencionais e carrega forte estigma social. Uma nova lei que reconhece a fibromialgia como deficiência promete facilitar o acesso de aproximadamente 6 milhões de brasileiros a benefícios previdenciários e outros direitos. O programa acompanhou a rotina de Carmem Beatriz de Paula Henrique, diagnosticada em 2023, que sofre com dores, fadiga e limitações severas que a impedem de trabalhar e até realizar tarefas simples do dia a dia, mostrando os desafios enfrentados pelos pacientes e as mudanças que a legislação pode trazer.

 

A neuralgia do trigêmeo, conhecida como a pior dor do mundo e que afeta 0,3% da população brasileira, é tema de reportagem especial. O videorrepórter Everton Lucas foi a São Lourenço (MG) conhecer Carolina Arruda, de 28 anos, que convive há mais de uma década com crises diárias da doença e se prepara para novos procedimentos cirúrgicos. O programa também mostra a história de Gabriel Lino, de 21 anos, diagnosticado com neuralgia do trigêmeo bilateral, que implantará uma bomba de morfina na medula, e de Andressa Corrêa, médica veterinária com Síndrome Mesentérica, que aguarda cirurgia para receber um neuroestimulador capaz de bloquear os sinais de dor. A reportagem acompanha como esses tratamentos podem transformar a vida de pacientes que convivem com dores intensas e incapacitantes.

 

O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira vai ao ar logo depois do ‘Estrela da Casa’.