Entre ficções e documentários, seleção reúne seis filmes de diferentes épocas e origens, disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming 

No filme Quando Éramos Bruxas (1990), a cantora Björk interpreta uma jovem que foge com a irmã mais nova depois que a mãe é morta, sob a acusação de bruxaria. Foto: Divulgação.

A partir do dia 4 de novembro, o Sesc Digital, plataforma de streaming do Sesc, traz uma nova programação composta por seis obras de diferentes épocas e origens, incluindo o filme de estreia da cantora e compositora Björk. Todos os títulos podem ser assistidos gratuitamente, sem necessidade de cadastro, em sesc.digital ou no aplicativo Sesc Digital (disponível na Google Play e App Store).

Entre os destaques estão os longas portugueses Mal Viver (2023) e Viver Mal (2023), ambos dirigidos por João Canijo. As duas obras funcionam como espelhos narrativos: enquanto Mal Viver se passa dentro de um antigo hotel administrado por mulheres de uma mesma família, marcadas por mágoas e ressentimentos, Viver Mal mostra o ponto de vista dos hóspedes, cujas relações também se enredam em dependências e manipulações. Canijo constrói um díptico sobre culpa, amor e destruição emocional, que conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Berlim e firmou o cineasta como uma das vozes mais expressivas do cinema português atual.
 

Outro título da seleção é Quando Éramos Bruxas (1990), estreia da diretora norte-americana Nietzchka Keene, filmado em 1987 na Islândia e estrelada por uma jovem Björk (cantora islandesa) de apenas 21 anos. Baseada em um conto dos Irmãos Grimm, a obra restaurada traz a história Katla (Björk) e sua irmã mais nova Margit, que fogem após sua mãe ser queimada viva, acusada de bruxaria. Ao encontrarem abrigo com Johan e seu jovem filho ressentido, Jonas, as irmãs começam a formar uma unidade familiar improvisada, que logo é abalada pela crescente prática de feitiçaria de Katla.
 

O cinema brasileiro está representado por duas produções que exploram o elo entre lembrança e afeto. Em Bem-vindos de Novo (2021), o diretor Marcos Yoshi registra o reencontro de sua família após 13 anos vivendo separada entre Japão e Brasil, transformando a experiência pessoal em uma reflexão sobre migração, trabalho e reconstrução familiar.
 

Já Espero que esta te encontre e que estejas bem (2020), de Natara Ney, parte da descoberta de 180 cartas de amor escritas nos anos 1950 para reconstituir uma história de paixão e mistério a partir de uma investigação histórica, mesclando pesquisa documental, romance, tempo e memória.
 

Completando a seleção, o clássico Arquitetura da Destruição (1989), de Peter Cohen, é um ensaio histórico e visual sobre a relação entre arte e ideologia no regime nazista. O documentário analisa como o ideal estético de Hitler moldou a propaganda e a perseguição à arte moderna, apontando para o poder simbólico das imagens na construção de um projeto totalitário.
 

Todos os filmes estão disponíveis gratuitamente no Sesc Digital até 4 de janeiro de 2026, exceto Arquitetura da Destruição, disponível até 4 de maio de 2026, com acesso em sesc.digital e no aplicativo Sesc Digital, nas lojas Google Play e App Store.